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É em casa que um leitor nasce...


E não é que um monte de gente já me fez a pergunta da charge que ilustra este post? Outro dia mesmo, uma amiga minha veio com essa história de eu entregar a receita de como se faz um filho gostar de ler. Sem ter conhecimento naquela ocasião dessa charge fofa que andou sobrevoando as redes sociais, fiquei pensando no hábito da leitura que existe (ou não) na casa desta minha amiga. Quando viajamos juntas, ela pega o celular e eu um livro. Está certo que na maioria das vezes, com filhos e marido por perto, nem consigo ler. Mas não ter um livro nas mãos nos momentos de lazer é, para mim, muito pior do que não ter o celular. Na casa desta minha amiga, quando ela e o marido não estão com o nariz no celular, eles estão com o notebook no colo. Às vezes estão plugados nos dois ao mesmo tempo.

Na minha casa, depois das 20:30hs, é proibido ligar um aparelho eletrônico. Nem televisão?! Quando as crianças eram pequenas, não mesmo! Meu marido e eu só assistíamos aos nossos filmes preferidos depois que elas dormiam. Com a chegada da noite, a gente tinha que ler. Assim como naquela horinha depois do almoço durante as férias no sítio. No shopping, antes de entrar em uma loja de brinquedos, a gente tinha que passar na livraria. Como gosto muito de livros, tenho sempre um por perto e estimulei meus filhos a gostar da companhia dos nossos “amigos” de papel. Até hoje, mesmo sendo elevados à categoria de adolescentes-que-paga-com-a-mesada-aquilo-que-querem, eles têm direito a um livro por mês.

Com essas medidas (bem radicais, eu concordo), acredito ter instituído um clima bookfriendly em casa. Tem livros por todos os lados e eles não são apenas de decoração. Sei falar um pouco sobre cada um deles, mesmo que não os tenha lido por inteiro. Meus filhos cresceram cercados de livros mas, principalmente, de adultos lendo. As crianças, mesmo quando ainda bebês, aprendem através da observação e da imitação. Eles são a “cara escarrada” dos nossos jeitos, das nossas manias, dos nossos hábitos... Mesmo quando não temos uma consciência muito grande daquilo que falamos ou da forma como reagimos, as anteninhas da garotada ficam super atentas e percebem tudo, tudo mesmo. Por isso aquele velho ditado que “o exemplo vem de casa" ainda funciona nos dias de hoje. É praticamente uma verdade absoluta.

Não espere, portanto, que seus filhos gostem de ler se na sua casa não tem pelo menos esse clima pró-livros e pró-leitura. Veja, não estou dizendo que os pais precisam ser “ratos de biblioteca”. Longe disso. Mas é preciso que os adultos valorizem efetivamente a leitura. Pequenos detalhes no dia a dia: deixar o celular de lado na sala de espera do consultório médico e ler uma revista; controlar o tempo no qual a televisão fica ligada; deixar que os filhos nos vejam lendo (não importa se um jornal, uma revista ou um livro...). Vou voltar a este tema em outras ocasiões, mas por hora da próxima vez que alguém me perguntar como consegui fazer meus filhos gostarem de ler, eu já sei o que responder: eu mostrei a eles como é fácil e bom amar um livro.

P.S. A charge deste post foi veiculada pela Penelópe Martins no seu blog "Toda Hora Tem História". Perguntei a ela sobre o autor, mas ela não soube me dizer. Se alguém souber, por favor me passa a informação para que o devido crédito seja feito.

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